quinta-feira, 13 de maio de 2010

15 anos

Primeiramente, querida Mãe Maria, quero pedir desculpas por ter demonstrado tão pouco interesse pela Senhora, embora vez ou outra lhe dedicasse alguma oração, quase por tradição, por hábito. Hoje, percebo como esteve e está presente em minha vida e em prova de minha devoção partilharei  alguns dos momentos inesquecíveis vividos ao seu lado, momentos estes guardados em meu coração e em um pequeno diário eletrônico.




“Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: “Eles já não tem vinho.” Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso compete a nós? “Minha hora ainda não chegou.” Disse, então, sua mãe aos serventes: “Fazei o que ele vos disser.”  (João 2: 3 – 5)

Maria intercede por nós?

Esta é uma dúvida muito comum entre os jovens católicos, era minha também.

A vida era pacata no cotidiano de uma garota de 15 anos que morava no interior de Minas Gerais. Até que um dia, quase 3h da manhã, dormindo (decúbito lateral) em seu quarto, ela sentiu um “puxão” em seu ombro achou que era seu irmão mais velho, então, resmungou: “quero dormir!” e voltou-se para o lado. Novamente, sentiu o puxão e desta vez mais forte virando-a na cama, resmungou o nome do seu irmão bem mais alto, ele não respondeu, então, ela abriu os olhos e viu que seu quarto estava vazio; com muito medo cobriu seu rosto com o cobertor até ouvir um barulho, longe, de uma respiração dificultada, ouviu apenas uma vez, com mais medo ainda chamou seu irmão, mãe, pai e não obteve resposta alguma. Levantou-se e começou a andar vagarosamente até a porta de seu quarto e abriu-a. A luz do banheiro estava acesa e sua mãe estava lá debruçada sobre a pia com um remédio nas mãos, extremamente cianótica e sem reação alguma.


Desesperadamente acordou seu irmão e depois seu pai, pois não conseguia levantar sua mãe sozinha. Enquanto um tentava algumas manobras cardíacas sem sucesso, o outro procurava uma das chaves do portão e do carro. Vendo que nada funcionava, ela passou por uma portinha que dava para a lanchonete, saiu na rua e pulou na frente de um carro que passava por lá, p pedir ajuda. Atendendo seu pedido, o rapaz ajudou seu pai e seu irmão a passar sua mãe por cima de um balcão (lanchonete) e colocá-la no carro em direção ao hospital. Logo depois seu irmão encontrou a chave do portão/carro e foi p o hospital também.


E ela ficou, pois tinha mais um irmão que estava com meses de vida e dormia tranquilamente em seu berço. Naquele silêncio, vazio e desolação, ela foi até o quarto de seus pais, eles nunca foram católicos praticantes, mas no quarto  havia dois quadros. Um de Santa Luzia, pois acreditavam  q quando sua filha era criança ela tinha sido curada. diziam que sua filha tinha uma doença nos olhos (nem sequer ousavam pronunciar o nome) e segundo os médicos ficaria cega, mas que por intermédio de Santa Luzia aconteceu um milagre. o outro quadro era da Sagrada Família.


Naquele imenso vazio que sentia, a garota pegou seu irmãozinho no colo e abraçando – o, começou a pensar que sua mãe não mais o veria, que aquele seu irmão não a conheceria, nem a chamaria de mãe, seu coração ficou tão apertado, desolado, não via saída, mas olhando para o quadro de Santa Luzia lembrou-se do milagre comentado pelos seus pais. Um milagre. Ela não tinha tanto conhecimento e intimidade com aquela Santa, por mais que o milagre havia acontecido com ela. Mas ela conhecia Jesus, gostava dEle, então, ela caminhou até o quadro da Sagrada Família e fixou-lhe os olhos.