domingo, 12 de dezembro de 2010

Medalha - continuação

Um dia depois da fusão da empresa que prestávamos serviço com outra grande, comecei a ver diariamente muitas pessoas tristes, sendo convidadas a sair. As pessoas me procuravam para desabafar, quantas lágrimas presenciei. Eu e meus amigos víamos coisas inacreditáveis e sabíamos que refletiria em nós, na empresa que trabalhávamos, tínhamos um problemão nas mãos. Tentávamos resolver um aqui outro ali, mas aquele que surgiu não poderíamos resolver sozinhos. 

Então, conversamos e quem vai ligar para a chefa? Ninguém mais estava a fim de ouvir meia hora de palavrões, ninguém. Desanimados como estavam uma amiga disse: “Deixa que eu ligo, eu já me acostumei com tanto palavrão, com tanto xingamento sem ter feito nada mesmo, desta vez pelo menos ela terá alguma razão”

Não estava certo. Eu, que era chamada de ilha pela minha chefa, naquele dia olhei p meus colegas e disse: “ a ilha vai ligar, pode deixar eu resolvo isto. Ninguém liga p ela, já vão me passando tudo o que vcs precisam falar que eu falo tudo de uma vez, assim ninguém precisara ouvir”.  Peguei uma caneta e papel e fui anotando todas as preocupações daquelas pessoas e aquele problemão. Despedimos-nos, todos meus colegas foram embora e eu fiquei, andava de um lado p outro pensando o que ia fazer, por onde começar e vendo qual telefone seria melhor p ligar, algum que ninguém (funcionários do local) estava sentando perto, pq também toda vez que ela falava como falava alto, todo mundo ouvia, era uma vergonha. E depois me perguntavam: “Como vc consegue trabalhar com uma chefa destas?”

Peguei o telefone e antes de discar disse em pensamento: “Meu Senhor me ajude nesta ligação.” Mas senti algo vago, como se Deus não tivesse me ouvido, daí coloquei o telefone no gancho de novo. E novamente coloquei minha mão sobre ele e disse: “Nossa Senhora, que seja tua as palavras, abençoe essa mulher, Senhora, e me ajude a falar com ela.” E liguei. Minha chefa atendeu e foi gentil, educada, estranha. Falei p ela, a qual  não soltou nenhum palavrão, disse que compreendia, comecei a falar item por item dos problemas vividos pelos meus colegas e ela disse que enviaria um email p eles com instruções. “instruções? Como assim?” perguntei e ela: “Ah, Fabiana, monto um email explicando o que deva ser feito, envio hoje ainda, fica tranqüila”. Desliguei o telefone e ela me desejou um bom trabalho. Meu Deus! O que aconteceu?

Não sabia se sorria ou chorava, fiquei perplexa diante daquela ligação, em todos aqueles anos, nunca a ouvi falando daquele jeito." Nossa Senhora, claro! Nossa Senhora havia intercedido por mim!"  Tive vontade de pular, correr, gritar, abraçar e beijar todo mundo, mas me contive. rs Andando pelo pátio da empresa ia pensando, pensando e sorria, parecia um daqueles sujeitos alegres que sorri p todo mundo na rua. "Que coisa mais agradável! O pior problema da empresa foi simples, ela vai perder muito dinheiro, mas não se queixou, que coisa! Foi Maria! Obrigada Mãaeeee! Eu te Amo Mãe, huhuhu"

Porém, depois de andar de um lado p outro ir a alguns locais comprar o que precisava aquele pensamento ainda não saia de minha cabeça e por um deslize perguntei em pensamento: “Será?” daí balancei a cabeça e dizia p mim mesmo: “claro que sim, foi o pedido, foi atendido”. Então, sentei e dizia em pensamento: “Mãe, desculpa, mas é mais forte que eu, desculpa, mas não quero duvidar, eu acredito, eu acredito, foi tão perfeito. A partir de hoje não duvidarei de mais nada, fiquei só pensando se foi a Senhora ou se foi Jesus ou se foi algo do acaso, ainda não sei como saber se é de um ou de outro. Mas não duvidarei, não quero mais duvidar, perdoe-me porque ainda sou assim.”

Levantei–me dali e fui ao metrô para recarregar meu bilhete,  na cabeça havia colocado que não perguntaria mais nada, apenas aceitaria e pronto. Chega. A fila de recarga estava gigantesca e eu esperava minha vez, ainda maravilhada com o telefonema. Quando de repente ouvi algo cair no chão, era um barulho agudo, muito “fininho” e “rápido”. Fechei meus olhos, pois senti profundamente que era a minha resposta.

Quando abri os olhos notei que outras pessoas haviam ouvido e que muitas olhavam para o chão, era uma cena engraçada todo mundo da fila olhava p o chão e as pessoas há uns metros dali também. Achei engraçado e pensei: “ Que legal, todo mundo ouviu, não é p mim! Ufa!”

Todos olhavam para o chão parecia que um tinha olhado e todo mundo repetia. Era uma cena engraçadíssima, no entanto parecia que eles não viam, como não? Eu que estava há uns metros dali via algo brilhar era pequenininho e por mais que o chão era todo de “diversos tons”, dava p ver!

Então, comecei a observar aquelas pessoas, elas olhavam em cima do objeto e não viam, procuravam em suas bolsas e não achavam nada, pisavam ao lado do objeto, mas não em cima. Muitas, mas muitas pessoas passaram e pisaram ao lado e não em cima, como pode? O que era aquilo, abri e fechei os olhos e estava lá brilhando do mesmo jeito.

Ainda na fila imensa, não sai do lugar, de longe fiquei apenas observado se alguém veria o objeto e o pegaria, perguntei para o rapaz da frente se ele havia ouvido e ele disse que sim como a senhora de trás que ouviu a conversa, no entanto, diziam: “ mas nesse chão não da p ver nada não e ainda mais com esse monte de gente andando p lá e p cá, olha lá todo mundo procura, mas não acha, deve ser alguma moeda que caiu de alguém.”

Fiquei na fila até chegar minha vez e sai de lá,  via que deveria ir até aquele objeto, mas não fui, fui p o outro lado. “Não é p mim” repetia. Porém algo me disse que era SIM! Dei meia volta e fui lá ver o que era. Naquele momento ninguém olhava p o chão como de outrora, nem procuravam nada, mas estava lá. Disfarçadamente agachei e peguei.

“Meu Deus! Minha Nossa Senhora, perfeito demais!” Contive em meus pensamentos.

Era uma medalhinha, uma minúscula medalhinha dourada, era muito delicada com alguns detalhes. Na frente tinha a imagem de Nossa Senhora Aparecida e atrás a do Santuário.

Eu, aquele muro de pedras, desfiz-me diante daquele sublime momento. Quão delicado foi. Hoje sei o que é da intercessão Nossa Senhora junto ao seu filho e o que é diretamente de Jesus. E o acaso? Bom, este fica para outra partilha. rs

A partir daquele dia, as dúvidas cessaram. Ficou a certeza do Amor. Amor que é o único sentimento capaz de tornar nossa existência plena.

Minha chefa, nunca mais falou comigo, nem com meus colegas daquele jeito dela, o que aconteceu com ela eu não sei, só sei que Nossa Senhora mostrou a ela alguma coisa. Até quando trabalhávamos juntos, meus colegas me falavam: “ela ta tão diferente, mudou tanto, nem parece a mesma.” Aprendi também que muitas situações não resolveremos sozinhos, precisamos de uma ajuda do Céu.


Nossa Senhora vela por nós em silêncio junto a Seu filho, tão amado. Sua delicadeza me fascina a cada dia. Seu sutil jeito de Amar a humanidade é tão puro e tão perfeito que me faz, nesta pequenez, ter o desejo de mergulhar - como uma gota no mar -  neste Amor de Deus.


Obrigada querida Mãe Maria por Amar seus filhos como são! 
Obrigada por nos ensinar a cada dia o Amor de Deus!

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